Textos
Madrugada em frio bruto
Uma imane e vil tristeza,
De selvagem natureza,
A minh’alma invade agora...
Entre as mãos oculto o rosto,
Afogando-me em desgosto,
Num delírio que devora!
Esta tristeza maldita,
Com trejeitos de infinita,
Cospe pus nos sonhos meus!
A tristeza é tão profunda
Que eu apelo à crença imunda,
Invocando o tal de Deus!
Madrugada em frio bruto!
Veste a vida véus de luto,
Num martírio de paixão...
A tristeza é tão intensa
Que parece uma doença
Das que arrastam para o chão!
Caminhando sobre escombros,
Eu carrego, nos meus ombros,
Muitas perdas, sem perdê-las...
Sofrimento estranho e torvo,
Devorando, como um corvo,
Toda a carne das estrelas!
Firmínio dos Hades
Enviado por Firmínio dos Hades em 26/04/2019
Alterado em 04/02/2020
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.